domingo, 26 de julho de 2009

Um conto

Meus amigos, faz tempo que nao venho aqui, Rafa esta tirando todo meu tempo livre. Putz!
mas aqui estou. Deixo um conto que estava escondido nos meus arquivos e que gostei muito.

O vento sibilava quando batia nos segmentos escuros de arvores enfileiradas em cima da relva . Nada se ouvia alem dele, e nada se queria ouvir. O silencio era aterrorizante. E o vento parecia ser um pressagio do que estava por vir. Com mãos frias enxuguei minhas lagrimas lodosas e infantis. Cruzei as pernas que haviam se arrepiado com o contato frio daquela cadeira que parecia ser tão gélida quanto as ações dos presentes. O Único que permanecia em perfeita sintonia com o sol, que hoje se escondia, era o pensamento, a maquina que não diz querendo dizer. Olhávamos uns para outros pedindo desculpas do que não se pode desculpar. E se podia entender o estomago de alguns pedindo comida. Talvez a melhor parte daquilo tudo: a hora de comer!
Porque alguém se dera o desfrute de morrer em pleno inverno? Ouvi alguem dizer que era a melhor hora para descansar. Contudo no meu ver, não é nada confortável descansar com o barulho da chuva a perturbar o sono. Nem com o calor do sol imagino, nunca o senti, então não posso falar. É humano e pessoal demais sentir o calor do sol. A melhor hora seria o outono, penso eu, as folhas que caem das arvores poderiam dar um toque delicado para lembrar a quem olha, que por mais bonita que seja uma folha, ela um dia vai cair, sempre foi assim, e como se diz: sempre será! A imortalidade da vida é saber que somos mortais.
Uma menininha brinca mais adiante. Ela não combina com as roupas pretas que a vestem. Entram em atrito com os flocos de neve que começam a cair, e com o vermelho que ainda se mantém em seus lábios. Me lembrei da branca de neve, seus sete anões e o curioso fato de que branca de neve passa por um estado de catalepsia por conta de uma maça, que mal pode haver numa maça? Parece sempre atrativa, com uma forma impecável de nos seduzir, foi ela quem um dia tentou Eva, e que perdurará na historia da humanidade como um fruto proibido, que incrivelmente consegue ser delicioso.
Alguém passa a mão na minha cabeça, eu a puxo, odeio que toquem em mim, odeio o tato. Foi criado apenas para nos tornar mais sensíveis. Qual a vantagem de ser sensível? Os sensíveis morrem cedo, são humanamente loucos e arriscam a própria vida pela dos outros. É melhor ser louco sem ser humano. A vantagem esta em não precisar dar satisfações, e não ter que salvar a vida de ninguém. Já é difícil demais salvar a própria vida.
Noto que as pessoas as meu redor começam a se afastar, porém não antes de ter a doce ação de jogar uma rosa no buraco ao chão. Uma rosa... Que irônico!(Incrível como meu cérebro consegue trabalhar dessa forma, me sinto doentia. Me sinto? Não! Apenas percebo quem sou). A rosa é a perfeita contradição do amor... Bela e perigosa, como qualquer mulher pode ser. Um poder que nos foi agraciado pela mão do que dizem: o criador!
Aposto como ele não pensou antes de criar um animal dessa forma. Por isso nossa sociedade é machista assim... Imagine se invés de Adolf Hitler fosse Olga Hitler. Ou se invés de Nero tivéssemos alguém por Alexandra... Talvez Roma não fosse apenas queimada, nem apenas os judeu sacrificados. Poucas são as grandes mulheres da nossa historia, se fossem muitas, não haveria muitos historiadores para narra-la.
Me vi sozinha, a neve deu lugar a uma fina garoa, estava com os lábios ressecados, puxei um hidratante em forma de batom da bolsa e passei. Um coveiro mais adiante me olhava com uma pá inerte nas mãos. Talvez ele tenha percebido como sou facilmente mutável. Enxuguei meu choro, e passei mais blush, não queria me levantar dali pálida daquele jeito.
Olhei para o buraco na minha frente e o cachão da mais fina madeira fechado dentro. Lembrei de tudo o que passei do lado dele. E da forma tão trágica como ele deixou o mundo. Um suicídio não nos leva ao céu. Apesar de ter certeza de que não era esse caminho que ele tomaria.
Um verme.
Daquele tipo que você enjoa so de olhar seu semblante na fotografia.
Do tipo, que te acorda durante a noite puxando sua camisola depois de deixar o leito do quarto ao lado. A paternidade não era seu forte. Nem a humanidade.
O mundo estava dando graças pela sua ausência. E eu? Bom... Não me fez diferença, afinal não se pode sentir quando se tem um algo enegrecido no lugar do coração.
O coveiro não mais me olhava.
E aparentemente ninguém mais restou para deixar a minha despedida ser a mais longa.
Que gesto mais amoroso!
Percebi que havia esquecido a rosa para jogar. Tiraria as pétalas se tivesse lembrado, como não lembrei, cuspi!
Ele não merecia nem meu cuspi, mas tinha que deixar alguma lembrança minha dentro do buraco, talvez o gosto de chiclete da minha boca chamasse mais rápidos a putrefação do seu corpo.
Lembrei que ainda estava com fome, e que muitos aperitivos me esperavam na festa pós-morte. Maravilhosa a idéia não é?
Comemorem a incrível vida que nos resta e a morte de alguém comendo.
Virei as costas e o vento jogou fora meu chapéu e meu cachecol, sorri! Para o vento, para a neve, para a justiça divina, e para a terrena principalmente. Contudo me lembrarei que da próxima vez deixo a corda um pouco mais longa, para o sofrimento ser maior, e quem sabe a marca do seu pescoço nunca saia. Pois terá uma próxima vez, porque enquanto caminho afundando meu sapato nessa relva branca, penso no futuro, tão próximo. E se não nos encontramos na próxima vez... Então meu caro, nos veremos no inferno.

sábado, 11 de julho de 2009

olhos de ressaca!

Ontem um amigo que nao falava havia muito tempo me encontrou no MSN...
por acaso a frase que eu usava como titulo era o nome de uma musica que adoro, Elephant Gun...usada na minisserie capitu.
Ele se chegou dizendo que quando eramos crianças, sempre achou que eu tinha olhos de cigana, obliquos e dissimulados. aquilo me chamou a atençao ao fato de que todos nos ja nos vimos em romance um dia...
Me atentei a personagem Capitu em Dom casmurro...
ai vai uma pequena descrição dela que achei na net.

"Capitu é construída para ser uma personagem esférica, complexa, labiríntica. Isso dificulta sua abordagem, não só para o marido, mas também para o leitor curioso. Bento caracteriza Capitu, na primeira parte, como uma jovem racional, inteligente, calculista, que lida facilmente com situações constrangedoras e que demonstra ser maquiavélica: capaz de tudo para atingir seus objetivos. "Olhos de cigana obliqua e dissimulada", "olhos de ressaca", metonímias e metáforas que desenham uma personagem enigmática e sedutora, capaz de trair. "

No fundo adorei ser comparada a Capitu, talvez nao seja a mais integra das personagens da nossa literatura, mas carrega um misterio que a faz viver em nossas memorias ate hoje.
e voce que esta lendo agora...
o que diria de Capitu?
inocente, ou culpada?
o ciume de Bentinho transfigurou a aparencia de Ezequiel?

quem sabe?
creio que nem o autor soubesse.
mas deixo aberto na sua cabeça!

domingo, 5 de julho de 2009

Vitória de Pirro

Com efeito afirmo: Ninguém nunca vai ser igual a vocês!
E dessa vez me refiro a terceira pessoa; não estando presente em todas as horas que se tem por direito em ser uma pessoa totalmente junina.
Já vi tanta coisa quando se trata de Luar que me vejo capacitada de falar o quanto Maceió perderia sem a classe dessa quadrilha que amo de paixão.
Dizem que quem esta de fora consegue ver melhor o quadro; acredito nisso, pois é o segundo ano que me vejo nessa posição quando se trata de dançar.
No primeiro, lembro que sentei numa arquibancada e meus pés não se aquietaram um só minuto vendo a Luar dançar... Pra mim, em toda a minha curta vida junina, o melhor ano da Luar foi aquele. Vitórias caiam no colo daquelas coreografias juninas, vi vida naquele ano e um xote que me arrepio ate hoje em escutar o Alberto tocar. Daí lembro que comentei:- Será que foi porque eu não estava lá?(rsrs)
Mas daí voltei a ver o quadro de fora esse ano... Se houveram falhas? Lógico! E quando não há? A ausência de defeitos e conjunto de todas as qualidades que é a perfeição só existe pra encher dicionário.
Posso garantir que esse ano da Luar foi tão escuro quanto as notas que receberam e as bases das roupas que usaram. Uma ausência de cuidado com o tema (polemico) como meu marcador sempre gostou de usar. Um amarrotado de idéias fantásticas usadas no momento errado.
Pelo amor de Deus... Não digam que não gostei...não sei detestar as coisas que Davi faz. Sou apaixonada pelo mundo de idéias que ele tem.
Sem culpados, sem desculpas, acho desnecessário. A Luar fala por si só. MARAVILHOSA!!!
Contudo, me faltou arrepiar... Um efeito que tenho desde 2003 na Luar.
Olhando fóruns sobre, li de tudo: elogios, discussões, agressões... Tudo sem motivo e com todos os motivos do mundo. Afinal, opinião cada um dá.
Mas ta na hora de você, meu marcador, tomar de volta as rédeas dessa sua paixão. Precisamos de um pouco de junino na Luar no São João...e sei que voce concorda comigo.
Aposto como estais cansado com tanta coisa que lhe acontece de uma vez. Provações divinas, acredite!
Passei por isso nos últimos dois anos, e meu refúgio sempre foi ver vocês dançarem.
Ano que vem estarei de volta, firme, forte, e sabendo que não terá tanta gente como teve esse ano, afinal, apaixonado pela Luar fica independente de vitória... E isso dispensa explicação!
Quero me arrepiar novamente, e deixar meu filhote orgulhoso do fato da mãe dele amar tanto uma coisa tão preciosa quanto a minha, a sua, a nossa Luar do Sertão!
Então, levante já dessa cadeira você que esta ai do outro lado da tela, e faça valer a pena cada minuto do lado dessa quadrilha, e torne divina em seu coração (que é o que importa) o fato de ser Luar.
A vitoria dos concursos em 2009 de Maceió foi uma vitória de Pirro... E essa nós dispensamos.
A Maior vitória vai ser a primeira reunião do próximo São João. E que seja breve, como nossa vida e triunfante quanto o fato de se estar vivo.

Viva esse São João Luar do Sertão!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O sentido de ser espiritual

Nao iria postar mais nada hoje, contudo passei por uma experiencia que achei interessante por no meu diario.
Rafael estava deitadinho no carrinho conversando...com os anjos...ou quem sabe com Deus!
Deus...fazia era tempo que eu propria nao conversava com ele, mas talvez ele saiba que agradeço todos os dias pelo moreno risonho que ele me deu.
Alguem chegou para papear, o que é comum aqui eh casa, afinal minha casa parece uma estação de trem, e como uma, todos deixam pequenos recados...A ultima visita pegou meu baby no colo, e brincou com ele, devolvendo-o ao carrinho...
notei meu filho nervoso, abusado, pensei ser calor, dei um banho, continuou nervoso e faltou-lhe ar algumas vezes, dei comida, mas ele nao quis, remedio de colica e ele adormeceu, acordou em menos de meia hora com um choro que acordaria qualquer um nesse pequeno estudio que é minha casa. O peguei no colo e acalmou, o deitei ele voltou a chorar muito...
e a voz de um anjo querido na minha vida me disse: -E sua vez de conversar com Deus!
Orei, como nunca mais tinha feito, pelo meu filho, por mim, e pela visita que de algum modo deixou algo em casa que ele nao gostou.
Algo espiritual talvez?
nao sei!
mas ao orar, o sorriso do meu boneco voltou como luz.
Nao acredito em mal olhado,mas creio em má energia,
contudo, seja la o que entrou na minha casa, saiu na mesma hora em que o som de Deus entrou...

Diario pessoal!

Leio blog de tanta gente que perco as contas.
Alguns sao tao estupidos que da medo de continuar a ler e me decepcionar com a capacidade das pessoas de escrever porcaria.
Contudo, adoro ler as postagens de "prosopoetica" de um GRANDE amigo. E do blog que uma querida prima fez para ela mesma. E foi talvez esse ultimo que tenha me dado vontade de fazer o meu proprio. No prosopoetica encontro as mensagens e desabafos ocultos de alguem que admiro demais o modo de escrever. Foi meu mentor por anos. E continua sendo. No dela sao apenas coisas do cotidiano; mas engraçado como o cotidiano de alguem pode ser uma historia fantastica!
Brigas, romance, sonhos...
A arte imita a vida, não é?
E percebe-se entre depressões a arte na sua forma mais pura.
E entao aqui estou...não deprimida porque nao tenho mais tempo pra isso...depressao como diz minha mae é sinonimo de ocio!
Mas quem sabe falando do meu cotidiano pra mim mesma e para quem passar despercebido por esse diario perceba que ainda sei como escrever, e enfim desenterrar meu mundo fantastico que minha filha levou com ela.
Devo isso a ela!
Devo isso a mim!
Devo isso agora e principalmente a Rafael! Ele merece...nossa como merece!
E assim começa essa jornada, que inicio em trilhas de tijolos desbotados na esperança de encontra-los brilhantes no final.
Sejam bem vindos a Tarisa!